TEORIA DA LITERATURA
Leia com atenção o poema Braços, de Cruz e Souza:
BRAÇOS
Braços nervosos, brancas opulências,
brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
alvuras castas, virginais alvuras,
lactescências das raras lactescências.
As fascinantes, mórbidas dormências
dos teus abraços de letais flexuras,
produzem sensações de agres torturas,
dos desejos as mornas florescências.
Braços nervosos, tentadoras serpes
que prendem, tetanizam como os herpes,
dos delírios na trêmula coorte...
Pompa de carnes tépidas e flóreas,
braços de estranhas correções marmóreas
abertas para o Amor e para a Morte!
Ao longo de todo soneto pode-se perceber a presença de um dos processos intensificadores da linguagem poética. Assinale a alternativa que corresponde a esse elemento:
Ironia
Aliteração
Antítese
Alegoria
Metáfora
Relacione o processo intensificador da linguagem poética predominante nos fragmentos a seguir:
( 1 ) Anáfora
( 2 ) Aliteração
( 3 ) Onomatopeia
( 4 ) Paralelismo
( ) "Acorda, Maria, é dia de matar formiga de matar cascavel de matar estrangeiro de matar irmão de matar impulso de se matar". (Carlos Drummond de Andrade)
( ) "Passa tempo Tic-tac Tic-tac Passa hora chega logo Tic-tac Tic-tac E vai-te embora Passa tempo Bem depressa Não atrasa Nem demora (…) (Vinícius de Morais)
( ) A ponte aponta e se desaponta. A tontinha tenta limpar tinta, ponto por ponto e pinta por pinta… (Cecília Meireles)
( ) A tua linda voz de água corrente Ensinou-me a cantar... e essa canção Foi ritmo nos meus versos de paixão, Foi graça no meu peito descrente. (Florbela Espanca)
A sequência CORRETA está em:
2341
4123
1234
1324
3412
Qual conceito, de acordo com Bakhtin (1990), é usado para o termo carnavalização, nos textos literários?
Carnavalizada é a literatura que guarda uma relação com as tradições dos gêneros do cômico-sério por conservarem, “mesmo em nossos dias, o fermento carnavalesco que os distingue de outros gêneros”.
Narrativa que contém várias formas de expressão e todas são concretamente identificadas e usadas no espaço social em que o escritor se insere.
É um estilo literário satírico. Recebe esse nome pois possuem o mesmo modelo utilizado por Menipo de Gadara, filósofo grego que viveu de 349-250 a.C..
As cenas de escândalos, de comportamento excêntrico, de discursos e declarações inoportunas, ou seja, de diversas violações das normas comportamentais estabelecidas e da etiqueta, incluindo-se a violação do discurso não estão presentes nesse conceito.
É uma história em que o narrador, personagem ficcional, relata sua própria história.
Leia o texto a seguir e responda:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
Considere as seguintes afirmações:
I. Nas duas vezes em que é empregada, a palavra programa (2º parágrafo) tem a mesma significação: planejamento de metas governamentais.
II. A expressão então é feriado (2º parágrafo) indica a conclusão a que chegou o escriturário, em seu raciocínio.
III. Na citação do anúncio do "Departamento Meteorológico", a expressão ponto facultativo surge deslocada, por não se tratar de uma informação meteorológica.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
I e II
II e III
I
I, II e III.
I e III
Relacione as definições abaixo com as figuras de linguagem:
( ) Figura de linguagem em que se emprega um sentido incomum para uma palavra a partir de uma relação de semelhança entre dois termos.
( ) Figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero, a fim de enfatizá-la ou destacá-la.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra por outra, com a qual tem uma relação de interdependência, proximidade.
( ) Figura de linguagem que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou irracionais.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou expressão agradável para amenizar uma ideia desagradável ou grosseira.
( ) Figura de linguagem que consiste em aproximar dois termos a partir de uma característica comum. Faz uso de conectivos: como, tal qual, que nem etc.
1. Eufemismo.
2. Metáfora.
3. Comparação.
4. Prosopopeia ou personificação.
5. Hipérbole.
6. Metonímia
6 – 4 – 2 – 1 – 3 – 5
5 – 6 – 1 – 2 – 3 – 4
1 – 2 – 6 – 5 – 4 – 3
2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3
2 – 6 – 5 – 4 – 1 – 3
Analise os versos a seguir e assinale a alternativa correta, com base em seus estudos sobre os procedimentos de poetização do nível semântico:
"Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão..." (MANUEL BANDEIRA)
Onomatopeia
Reiteração
Anáfora
Comparação
Metáfora
Sobre a diferença entre Autobiografia e Romance autobiográfico, analise as afirmações que seguem:
I- Na autobiografia, o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação.
II- No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado.
III- Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
IV- O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à recepção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
Ironia
Aliteração
Antítese
Alegoria
Metáfora
Relacione o processo intensificador da linguagem poética predominante nos fragmentos a seguir:
( 1 ) Anáfora
( 2 ) Aliteração
( 3 ) Onomatopeia
( 4 ) Paralelismo
( ) "Acorda, Maria, é dia de matar formiga de matar cascavel de matar estrangeiro de matar irmão de matar impulso de se matar". (Carlos Drummond de Andrade)
( ) "Passa tempo Tic-tac Tic-tac Passa hora chega logo Tic-tac Tic-tac E vai-te embora Passa tempo Bem depressa Não atrasa Nem demora (…) (Vinícius de Morais)
( ) A ponte aponta e se desaponta. A tontinha tenta limpar tinta, ponto por ponto e pinta por pinta… (Cecília Meireles)
( ) A tua linda voz de água corrente Ensinou-me a cantar... e essa canção Foi ritmo nos meus versos de paixão, Foi graça no meu peito descrente. (Florbela Espanca)
A sequência CORRETA está em:
2341
4123
1234
1324
3412
Qual conceito, de acordo com Bakhtin (1990), é usado para o termo carnavalização, nos textos literários?
Carnavalizada é a literatura que guarda uma relação com as tradições dos gêneros do cômico-sério por conservarem, “mesmo em nossos dias, o fermento carnavalesco que os distingue de outros gêneros”.
Narrativa que contém várias formas de expressão e todas são concretamente identificadas e usadas no espaço social em que o escritor se insere.
É um estilo literário satírico. Recebe esse nome pois possuem o mesmo modelo utilizado por Menipo de Gadara, filósofo grego que viveu de 349-250 a.C..
As cenas de escândalos, de comportamento excêntrico, de discursos e declarações inoportunas, ou seja, de diversas violações das normas comportamentais estabelecidas e da etiqueta, incluindo-se a violação do discurso não estão presentes nesse conceito.
É uma história em que o narrador, personagem ficcional, relata sua própria história.
Leia o texto a seguir e responda:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
Considere as seguintes afirmações:
I. Nas duas vezes em que é empregada, a palavra programa (2º parágrafo) tem a mesma significação: planejamento de metas governamentais.
II. A expressão então é feriado (2º parágrafo) indica a conclusão a que chegou o escriturário, em seu raciocínio.
III. Na citação do anúncio do "Departamento Meteorológico", a expressão ponto facultativo surge deslocada, por não se tratar de uma informação meteorológica.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
I e II
II e III
I
I, II e III.
I e III
Relacione as definições abaixo com as figuras de linguagem:
( ) Figura de linguagem em que se emprega um sentido incomum para uma palavra a partir de uma relação de semelhança entre dois termos.
( ) Figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero, a fim de enfatizá-la ou destacá-la.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra por outra, com a qual tem uma relação de interdependência, proximidade.
( ) Figura de linguagem que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou irracionais.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou expressão agradável para amenizar uma ideia desagradável ou grosseira.
( ) Figura de linguagem que consiste em aproximar dois termos a partir de uma característica comum. Faz uso de conectivos: como, tal qual, que nem etc.
1. Eufemismo.
2. Metáfora.
3. Comparação.
4. Prosopopeia ou personificação.
5. Hipérbole.
6. Metonímia
6 – 4 – 2 – 1 – 3 – 5
5 – 6 – 1 – 2 – 3 – 4
1 – 2 – 6 – 5 – 4 – 3
2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3
2 – 6 – 5 – 4 – 1 – 3
Analise os versos a seguir e assinale a alternativa correta, com base em seus estudos sobre os procedimentos de poetização do nível semântico:
"Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão..." (MANUEL BANDEIRA)
Onomatopeia
Reiteração
Anáfora
Comparação
Metáfora
Sobre a diferença entre Autobiografia e Romance autobiográfico, analise as afirmações que seguem:
I- Na autobiografia, o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação.
II- No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado.
III- Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
IV- O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à recepção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
2341
4123
1234
1324
3412
Qual conceito, de acordo com Bakhtin (1990), é usado para o termo carnavalização, nos textos literários?
Carnavalizada é a literatura que guarda uma relação com as tradições dos gêneros do cômico-sério por conservarem, “mesmo em nossos dias, o fermento carnavalesco que os distingue de outros gêneros”.
Narrativa que contém várias formas de expressão e todas são concretamente identificadas e usadas no espaço social em que o escritor se insere.
É um estilo literário satírico. Recebe esse nome pois possuem o mesmo modelo utilizado por Menipo de Gadara, filósofo grego que viveu de 349-250 a.C..
As cenas de escândalos, de comportamento excêntrico, de discursos e declarações inoportunas, ou seja, de diversas violações das normas comportamentais estabelecidas e da etiqueta, incluindo-se a violação do discurso não estão presentes nesse conceito.
É uma história em que o narrador, personagem ficcional, relata sua própria história.
Leia o texto a seguir e responda:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
Considere as seguintes afirmações:
I. Nas duas vezes em que é empregada, a palavra programa (2º parágrafo) tem a mesma significação: planejamento de metas governamentais.
II. A expressão então é feriado (2º parágrafo) indica a conclusão a que chegou o escriturário, em seu raciocínio.
III. Na citação do anúncio do "Departamento Meteorológico", a expressão ponto facultativo surge deslocada, por não se tratar de uma informação meteorológica.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
I e II
II e III
I
I, II e III.
I e III
Relacione as definições abaixo com as figuras de linguagem:
( ) Figura de linguagem em que se emprega um sentido incomum para uma palavra a partir de uma relação de semelhança entre dois termos.
( ) Figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero, a fim de enfatizá-la ou destacá-la.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra por outra, com a qual tem uma relação de interdependência, proximidade.
( ) Figura de linguagem que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou irracionais.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou expressão agradável para amenizar uma ideia desagradável ou grosseira.
( ) Figura de linguagem que consiste em aproximar dois termos a partir de uma característica comum. Faz uso de conectivos: como, tal qual, que nem etc.
1. Eufemismo.
2. Metáfora.
3. Comparação.
4. Prosopopeia ou personificação.
5. Hipérbole.
6. Metonímia
6 – 4 – 2 – 1 – 3 – 5
5 – 6 – 1 – 2 – 3 – 4
1 – 2 – 6 – 5 – 4 – 3
2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3
2 – 6 – 5 – 4 – 1 – 3
Analise os versos a seguir e assinale a alternativa correta, com base em seus estudos sobre os procedimentos de poetização do nível semântico:
"Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão..." (MANUEL BANDEIRA)
Onomatopeia
Reiteração
Anáfora
Comparação
Metáfora
Sobre a diferença entre Autobiografia e Romance autobiográfico, analise as afirmações que seguem:
I- Na autobiografia, o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação.
II- No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado.
III- Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
IV- O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à recepção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
Carnavalizada é a literatura que guarda uma relação com as tradições dos gêneros do cômico-sério por conservarem, “mesmo em nossos dias, o fermento carnavalesco que os distingue de outros gêneros”.
Narrativa que contém várias formas de expressão e todas são concretamente identificadas e usadas no espaço social em que o escritor se insere.
É um estilo literário satírico. Recebe esse nome pois possuem o mesmo modelo utilizado por Menipo de Gadara, filósofo grego que viveu de 349-250 a.C..
As cenas de escândalos, de comportamento excêntrico, de discursos e declarações inoportunas, ou seja, de diversas violações das normas comportamentais estabelecidas e da etiqueta, incluindo-se a violação do discurso não estão presentes nesse conceito.
É uma história em que o narrador, personagem ficcional, relata sua própria história.
Leia o texto a seguir e responda:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
Considere as seguintes afirmações:
I. Nas duas vezes em que é empregada, a palavra programa (2º parágrafo) tem a mesma significação: planejamento de metas governamentais.
II. A expressão então é feriado (2º parágrafo) indica a conclusão a que chegou o escriturário, em seu raciocínio.
III. Na citação do anúncio do "Departamento Meteorológico", a expressão ponto facultativo surge deslocada, por não se tratar de uma informação meteorológica.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
I e II
II e III
I
I, II e III.
I e III
Relacione as definições abaixo com as figuras de linguagem:
( ) Figura de linguagem em que se emprega um sentido incomum para uma palavra a partir de uma relação de semelhança entre dois termos.
( ) Figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero, a fim de enfatizá-la ou destacá-la.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra por outra, com a qual tem uma relação de interdependência, proximidade.
( ) Figura de linguagem que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou irracionais.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou expressão agradável para amenizar uma ideia desagradável ou grosseira.
( ) Figura de linguagem que consiste em aproximar dois termos a partir de uma característica comum. Faz uso de conectivos: como, tal qual, que nem etc.
1. Eufemismo.
2. Metáfora.
3. Comparação.
4. Prosopopeia ou personificação.
5. Hipérbole.
6. Metonímia
6 – 4 – 2 – 1 – 3 – 5
5 – 6 – 1 – 2 – 3 – 4
1 – 2 – 6 – 5 – 4 – 3
2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3
2 – 6 – 5 – 4 – 1 – 3
Analise os versos a seguir e assinale a alternativa correta, com base em seus estudos sobre os procedimentos de poetização do nível semântico:
"Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão..." (MANUEL BANDEIRA)
Onomatopeia
Reiteração
Anáfora
Comparação
Metáfora
Sobre a diferença entre Autobiografia e Romance autobiográfico, analise as afirmações que seguem:
I- Na autobiografia, o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação.
II- No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado.
III- Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
IV- O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à recepção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
I e II
II e III
I
I, II e III.
I e III
Relacione as definições abaixo com as figuras de linguagem:
( ) Figura de linguagem em que se emprega um sentido incomum para uma palavra a partir de uma relação de semelhança entre dois termos.
( ) Figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero, a fim de enfatizá-la ou destacá-la.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra por outra, com a qual tem uma relação de interdependência, proximidade.
( ) Figura de linguagem que consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou irracionais.
( ) Figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou expressão agradável para amenizar uma ideia desagradável ou grosseira.
( ) Figura de linguagem que consiste em aproximar dois termos a partir de uma característica comum. Faz uso de conectivos: como, tal qual, que nem etc.
1. Eufemismo.
2. Metáfora.
3. Comparação.
4. Prosopopeia ou personificação.
5. Hipérbole.
6. Metonímia
6 – 4 – 2 – 1 – 3 – 5
5 – 6 – 1 – 2 – 3 – 4
1 – 2 – 6 – 5 – 4 – 3
2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3
2 – 6 – 5 – 4 – 1 – 3
Analise os versos a seguir e assinale a alternativa correta, com base em seus estudos sobre os procedimentos de poetização do nível semântico:
"Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão..." (MANUEL BANDEIRA)
Onomatopeia
Reiteração
Anáfora
Comparação
Metáfora
Sobre a diferença entre Autobiografia e Romance autobiográfico, analise as afirmações que seguem:
I- Na autobiografia, o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação.
II- No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado.
III- Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
IV- O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à recepção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
6 – 4 – 2 – 1 – 3 – 5
5 – 6 – 1 – 2 – 3 – 4
1 – 2 – 6 – 5 – 4 – 3
2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3
2 – 6 – 5 – 4 – 1 – 3
Analise os versos a seguir e assinale a alternativa correta, com base em seus estudos sobre os procedimentos de poetização do nível semântico:
"Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão..." (MANUEL BANDEIRA)
Onomatopeia
Reiteração
Anáfora
Comparação
Metáfora
Sobre a diferença entre Autobiografia e Romance autobiográfico, analise as afirmações que seguem:
I- Na autobiografia, o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação.
II- No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado.
III- Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
IV- O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à recepção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
Onomatopeia
Reiteração
Anáfora
Comparação
Metáfora
Sobre a diferença entre Autobiografia e Romance autobiográfico, analise as afirmações que seguem:
I- Na autobiografia, o autor se expõe ao afirmar dizer a verdade sobre si mesmo, ao passo que no romance autobiográfico não temos essa afirmação.
II- No romance autobiográfico, ficamos limitados ao texto, ao enunciado.
III- Na autobiografia entra em jogo a enunciação, o sujeito que diz “eu” e afirma, a um só tempo, ser o autor e o narrador e dizer a verdade sobre si.
IV- O romance autobiográfico e autobiografia apesar de se aproximarem no que diz respeito a partirem de uma experiência vivida, se diferenciam com relação à recepção, pois a partir do pacto firmado previamente pelo autor, temos modos de leitura distintos.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
I, II, IV.
I, II, III.
I, II, III, IV.
I, III, IV.
II, III, IV.
"Qual dos elementos a seguir NÃO faz parte da estrutura do gênero narrativo?"
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
Encadeamento.
Enredo.
Personagens.
Tempo
Narrador.
Leia o texto a seguir:
Facultativo
Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).
Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.
É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.
Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.
- Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?
João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.
(*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.
(Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)
No último parágrafo do texto, o autor parte do caso ocorrido com João Brandão para formular a ideia geral de que
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.
Leia as estrofes a seguir:
A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginais!
Por uma noite de muito frio,
A Dama Branca levou meu pai. (Manuel Bandeira)
A figura presente neste fragmento é:
pode haver falta de correspondência entre o sentido próprio das palavras e o que ganham nas situações em que são empregadas.
a diferença entre o que deve ser facultativo e o que deve ser obrigatório é uma questão menor, que não deve provocar discussão.
as imprecisões da linguagem verbal têm como consequência a inaplicabilidade da maioria das leis.
as palavras cruzadas favorecem a compreensão do preciso sentido que as palavras ganham com o uso prático.
as palavras, quando têm vários sentidos possíveis no dicionário, quase sempre produzem ambiguidades.